Ele fazia aquele bico de papai Noel já havia uns quatro anos. Na verdade, com ansiedade, ele esperava o Natal chegar para poder dar uma reforçada na pequena aposentadoria.
Quando ele estava lá trabalhando no Shopping Center aproximou-se dele uma senhora muito simpática e humilde e lhe disse:
- Papai Noel. Eu sou a responsável por um abrigo de crianças especiais e carentes, infelizmente, esse ano o Seu Alfredo que era o nosso Papai Noel voluntário nos deixou para ir morar com o nosso Pai maior. Por causa disso estamos sem saber como é que vamos fazer neste ano a distribuição dos presentes para as crianças. Na verdade eu estou muito angustiada. Eles gostam tanto do Natal. Disse a mulher.
- É só distribuir os presentes? Por noite eu costumo cobrar 200 reais, mas se é só para distribuir os presentes eu vou cobrar só 150 reais da senhora.
- Moço! Não dá para fazer por 100 reais? Perguntou a mulher.
- Eu não costumo ficar pechinchando. Como é para uma boa causa eu vou fazer uma exceção para a senhora e para as crianças. Meio a contra gosto disse o bom velhinho.
No dia vinte e quatro de dezembro o Papai Noel apareceu para entregar os presentes para aquelas crianças. Na verdade ele queria fazer o serviço o mais rápido possível porque ele tinha outros compromissos na melhor noite do ano para ele.
O tempo foi passando a gratidão, o carinho, o sorriso e a felicidade daquelas crianças tão carentes e puras derreteu o coração dele. Ele foi ficando ali e acabou deixando de lado os outros compromissos. Agora ele já não estava ali à contra gosto. As crianças o haviam conquistado. Ele distribuiu os presentes. Jantou com os garotos e garotas e depois contou muitas e muitas histórias legais.
Na hora de ir embora ele voltou-se para a Senhora que o havia contratado e disse:
- Olha! No ano que vem não precisa procurar ninguém. Eu virei novamente. E sem cobrar nada, pois o presente que eu ganhei aqui não tem dinheiro no mundo que pague.
Edilson Rodrigues Silva