Crônicas - Passando um Aperto















Os amigos, a família e os conhecidos de uma forma geral sempre falavam que ele parecia certo homem da vida pública, um político famoso que, de tempos em sempre, vivia envolvido em escândalos de corrupção de tudo quanto é tipo. Tá certo que, até ele mesmo achava que existia uma leve semelhança, mas era uma semelhança bem de longe, bem levinha, o pessoal estava exagerando.

Depois de participar de um curso na cidade de Curitiba, assim que ele voltou para São Paulo, no aeroporto de Cumbica, ele deu sinal para pegar um táxi.

O motorista de imediato viu nele o famoso político e, sem vergonha nenhuma, pôs a dizer cobras e lagartos dizendo que ele havia votado nele por pura consideração e, que ele fizera um papel de moleque e de sem vergonha. E assim, foi aumentado cada vez mais o sujo vocabulário do pobre taxista que estava completamente alterado.

Que corrida que nada! Não vou levar esse sem vergonha prá lugar nenhum, só se for para a cadeia que é o lugar onde ele deveria estar. Seu ladrão! Sem vergonha! Eu votei em você na esperança de que você fosse fazer um governo bem melhor do que o outro e você me faz aquele papelão. Francamente!

Ele até pensou em se defender. No entanto, viu que era inútil, pois o homem estava realmente convicto de que ele era o tal safado da política, até ele mesmo já estava desconfiado dele próprio de tão firme e inabalável que era a convicção do homem.

O pessoal parece que tinha razão. Ele tinha que se cuidar por que não era uma boa coisa ser tão parecido assim com alguém de fama tão ruim, qualquer dia ele poderia ter uma surpresa desagradável.



Edilson Rodrigues Silva

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