Senhores, Não se Preocupem. Eu Limpo! - Cronicas Engraçadas e Divertidas


















Quando o Jacarandá mimoso dava a exuberante florada ela ficava debruçada na janela só apreciando o contraste entre o asfalto de cor escura e o suave roxo das flores do Jacarandá. Olhava ainda as flores que eram levadas pelo vento que soprava ou quando os carros passavam.

Como o Seu Mimoso, era assim que ela o chamava, tinha muitos anos de vida, pois Tinha sido o avô dela quem o havia plantado, calcula ela, ele deve de ter mais ou menos uns sessenta e cinco anos de idade. O tronco sinuoso e groso do Seu Mimoso demonstrava que ele era mesmo, entre as árvores do bairro, um senhor de respeito.

Um dos galhos do Seu Mimoso, como se fosse um tipo de carinho, inclinou-se para bem perto da janela do quarto dela e, sentada próxima à janela ela podia observar sob a luz do sol o intenso vai e vem das borboletas, dos beija flores, das abelhas, vespas, zangões, e até dos periquitos que vinham e faziam a festa.

Na parte da manhã um dos prazeres dela era justamente varrer a rua e a calçada que ficavam forradas com as flores do velho Jacarandá, parecia um tapete lilás. No auge da florada mal se via o negro do asfalto. Nas outras épocas do ano ela, rotineiramente, varria a calçada mais por obrigação e dever. No entanto, quando o Seu Mimoso estava florido ela fazia questão de varrer todos os dias a calçada e a rua. Ela gostava de reunir todas as flores num monte e ficar apreciando o lindo buquê lilás que surgia do frio asfalto.

Ela fazia tanta questão de varrer que, se o pessoal da limpeza pública ousasse a pegar naquelas vassouras enormes para fazer a tarefa dela, ela logo falava: Senhores! Não se preocupem, eu mesma limparei aqui.

Pode deixar que eu limparei a frente da casa. Muito obrigada! Daqui a pouquinho varrerei as flores, obrigada!


Edilson Rodrigues Silva

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